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Discurso de Bolsonaro na ONU deve ter ataque à esquerda e defesa do governo Na avaliação de aliados, a fala do atual titular do Palácio do Planalto na ONU deve ter potencial para empolgar militantes, mas com pouco efeito prático para atrair votos de indecisos

 Discurso de Bolsonaro na ONU deve ter ataque à esquerda e defesa do governo Na avaliação de aliados, a fala do atual titular do Palácio do Planalto na ONU deve ter potencial para empolgar militantes, mas com pouco efeito prático para atrair votos de indecisos
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  1. Em campanha pela reeleição, o presidente Jair Bolsonaro deverá utilizar o discurso de abertura na Assembleia Geral das Nações Unidas nesta terça-feira (20), em Nova York, para reafirmar suas posições em relação a pautas na área ambiental e ideológica perante a comunidade internacional, mas de olho no público interno.

    A 12 dias do primeiro turno, o atual chefe do Planalto deve reforçar os ataques à esquerda e fazer a defesa de seu governo. Na avaliação de aliados, contudo, a fala do atual titular do Palácio do Planalto na ONU deve ter potencial para empolgar militantes, mas com pouco efeito prático para atrair votos de indecisos.

    Segundo O Globo apurou, o discurso foi revisado por integrantes do comitê de campanha, entre eles o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o ministro Fabio Faria (Comunicações) e o marqueteiro do PL, Duda Lima. Mas o texto final ainda dependia de Bolsonaro, que iria finalizá-lo durante o percurso de Londres, de onde saiu no início da tarde após participar do funeral da Rainha Elizabeth II, para os Estados Unidos. Por tradição, o brasileiro será o primeiro presidente a discursar, por volta das 10h (horário de Brasília).

    A expectativa de estrategistas de campanha é que Bolsonaro utilize a participação na ONU para melhorar a imagem da passagem por Londres, que ficou marcada pelo discurso político para apoiadores. Ele foi alvo de críticas na imprensa internacional e questionado por adversários no Brasil.

    O presidente, em entrevista ao SBT no domingo (18), disse que seu discurso neste ano se assemelhará ao de 2019, quando esteve pela primeira vez na assembleia. Na ocasião, Bolsonaro fez um discurso agressivo, com ataques indiretos a outros líderes internacionais, críticas a Cuba, Venezuela, à mídia e à própria ONU, além de várias referências a um mal definido “socialismo”, segundo ele uma “ideologia” que busca um “poder absoluto”.

    — (Será um discurso) semelhante a 2019, onde nós fomos bastante objetivos, colocando na mesa a posição do Brasil — disse Bolsonaro na entrevista.

    O Ministério das Relações Exteriores enviou sugestões para o discurso, mas cabe a Bolsonaro decidir se irá utilizá-las. Entre os temas sugeridos estão a recuperação pós-pandemia e a resolução da guerra da Ucrânia no âmbito da ONU. Na área ambiental, em que o Brasil costuma ser questionado, o Itamaraty sugeriu que Bolsonaro destaque que o país tem uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo e que tem papel importante na garantia da segurança alimentar mundial.

    — Pretendo falar alguma coisa sobre energia limpa, no caso hidrogênio verde, em especial o nosso Nordeste, uma potência — afirmou Bolsonaro, em entrevista ao SBT.

    Integrantes do governo afirmam que Bolsonaro pode e deve fazer as mudanças na proposta de discurso para adotar um tom mais político, embora haja um cuidado de seus auxiliares para que o presidente da República não “exagere” na questão eleitoral.

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