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Alta do diesel e inflação levam caminhoneiros a sair do Brasil

 Alta do diesel e inflação levam caminhoneiros a sair do Brasil
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Reinaldo Moretti, de 53 anos, é um dos muitos caminhoneiros brasileiros afetados pelo aumento no preço do diesel, da inflação e consequente queda acentuada do poder de compra. Assim como alguns colegas, ele deixou a profissão para sair do país. “Eu tinha um caminhão no Brasil, mas ele estava me fazendo só afundar em dívidas”, diz ele, que deixou a cidade mineira de Extrema, na divisa com São Paulo, para se mudar para Portugal há sete meses. Ele conta que transportar uma carga entre países é muito mais rentável e o valor do frete pode até dobrar. Ele ainda disse que o transporte internacional obedece a leis trabalhistas mais rígidas, como trabalhar apenas 9 horas por dia e folgar no fim de semana.

Se Reinaldo ainda estivesse no Brasil, levaria um novo susto. A Petrobras anunciou o aumento do preço do diesel em 8,87% a partir desta terça-feira (10), o que significa uma mudança de 40 centavos no litro do combustível vendido pelas refinarias — de R$ 4,51 para R$ 4,91. Para o consumidor final — como caminhoneiros, transportadores de passageiros em coletivos e outros – o reajuste deve chegar nas bombas aproximadamente na metade, com uma alta de cerca de 4,5%.

O aumento irritou a categoria que já prevê paralizações. O Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Espírito Santo (Sindicam/ES) será o primeiro.  Go grupo promete parar a partir de amanhã em todo o estado Espírito Santo. O presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, o Chorão, afirmou em vídeo que está “indignado”. “Gente, não podemos ficar quietos. Eu conheço e sei o quanto vai impactar na mesa do trabalhador”, diz.

Base de apoio de Jair Bolsonaro em 2018, e com importantes manifestações contra Dilma Rousseff em 2016, os caminhoneiros podem se tornar uma dor de cabeça para o atual presidente, em meio à escalada de preços dos combustíveis.

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